Agreste Alagoano

Essas fotos são em Coité do Nóia-Al. O município é bem pequeno- em torno de 12.00o habitantes, sendo que a maioria vive na Zona Rural. A infra-estrutura turística(restaurantes, hotéis etc) fica por conta do município vizinho, Arapiraca. Mas a paisagem é belíssima- vale super a pena conhecer!

90 anos de Epifânio Dória

Avante

Em uma viagem que fiz para Aracaju, comprei no aeroporto um livro do Nietzsche com 638 aforismos sobre diversos temas(amor, literatura, política etc). Muitos deles poderiam ser conselhos de mãinha, escritos exatamente da mesma forma. Mas um deles retrata fielmente o que aprendi com essa mãe dedicada e maravilhosa. Resolvi homenageá-la com este texto, que fiz questão de digitar e agora publico aqui!


Avante. – Assim, avante no caminho da sabedoria, com um bom passo, com firme confiança! Seja como for, seja sua própria fonte de experiência! Livre-se do desgosto com seu ser, perdoe a seu próprio Eu, pois de toda forma você tem em si uma escada com cem degraus, pelos quais pode ascender ao conhecimento. A época na qual, com tristeza, você se sente lançado, considera-o feliz por essa fortuna; ela lhe diz que atualmente você partilha experiências de que homens de uma época futura talvez tenham que se privar. Não menospreze ter sido religioso; investigue plenamente como teve um genuíno acesso à arte. Não é possível, exatamente com ajuda de tais experiências, explorar com maior compreensão enormes trechos do passado humano? Não foi precisamente neste chão que às vezes tanto lhe desagrada, no chão do pensamento impuro, que medraram muitos dos esplêndidos frutos da cultura antiga? É preciso ter amado a religião e a arte como a mãe e a nutriz- de outro modo não é possível se tornar sábio. Mas é preciso poder olhar além delas, crescer além delas; permanecendo sob o seu encanto não as compreendemos. Igualmente você deve familiarizar-se com a história e o cauteloso jogo dos pratos da balança: "de um lado- de outro lado". Faça o caminho de volta, pisando nos rastros que a humanidade fez em sua longa e penosa marcha pelo deserto do passado: assim aprenderá, da maneira mais segura, aonde a humanidade futura não pode ou não deve retornar. E, ao desejar ver antecipadamente, com todas as forças, como será atado o nó do futuro, sua própria vida adquirirá o valor de instrumento e meio para o crescimento. Está em suas mãos fazer com que tudo o que viveu- tentativas, falsos começos, equívocos, ilusões, paixões, seu amor e sua esperança- reduza-se inteiramente a seu objetivo. Este objetivo é tornar-se você mesmo uma cadeia necessária de anéis da cultura, e desta necessidade inferir a necessidade na marcha da cultura em geral. Quando o seu olhar tiver se tornado forte o bastante para ver o fundo, na escura fonte de seu ser e de seus conhecimentos, talvez também se tornem visíveis para você, no espelho dele, as distantes constelações das culturas vindouras. Você acha que uma vida como essa, com tal objetivo, seria árdua demais, despida de coisas agradáveis? Então não aprendeu ainda que não há mel mais doce do que o do conhecimento, e que as nuvens de aflição que pairam acima lhe servirão de úberes, dos quais você há de extrair o leite para seu bálsamo. Apenas ao chegar à velhice você governa o mundo inteiro mediante o prazer: a mesma vida que tem seu auge na velhice tem seu auge na sabedoria, no suave fulgor solar de uma constante alegria de espiríto; ambas, a velhice e a sabedoria, você as encontra na mesma encosta da vida, assim quis a natureza. Então é chegado o momento, e não há por que se enraivecer de que a névoa da morte se aproxime. Em direção à luz- o seu último movimento; um grito jubiloso de conhecimento- o seu último som.
(NIETZSCHE, Friedrich. Humano, Demasiado Humano, p. 179, Companhia de Bolso, 2005)

Soneto e Poesia de Epifânio Dória

NENIA

Filha, porque tão cedo te partiste
Para as sombras, sem fim, da Eternidade?!
Porque às glórias do Céu não desististe,
Para a teus pais poupar tanta saudade?!

Como foi doloroso o instante triste
Em que te a morte levou, sem piedade,
Filha adorada que jamais sentiste
As vertigens do gozo e da vaidade!

Filha do Céu, bem vês que conduziste
Ao regaço da campa em que caíste
Nossos anseios de felicidade !

Dorme, porém, o sono derradeiro,
Ao abrigo de golpe traiçoeiro
Deste mundo tão cheio de maldade.

Ao Desembargador Josias Soares e sua Exma. Esposa, D. Arlinda Soares, pela morte prematura de sua dileta filha, srta. Mariinha Soares. Publicado na "Folha da Manhã", de Aracaju, em 20.12.1940 e na "Vida Capichaba, de Vitória, em 30.03.1941.


RECORDAÇÃO

São muitos cruéis os anos
Que passam por sobre nós:
Nos enchem de desenganos
E a vida tornam feroz!

Que belos dias vivemos,
No Velho Bairro Caído,
Onde nós dois estivemos,
Com Isaias querido !

Era tão simples a vida,
Era tão pouco o sofrer,
Que doce nos era a lida,
A luta pelo viver.

As quixabeiras floridas,
Sob o zumbir das abelhas;
As tardes sempre tingidas
Por longas faixas vermelhas;

Os cajueiros tão belos,
Eram só tres, entretanto,
Dando frutos amarelos
Os quais eram nosso encanto;

À direita as goiabeiras,
Ao pé dum velhi purão,
Onde as águas das biqueiras
Transbordavam para o chão;

Um frondoso juazeiro,
Frondoso e bem verdejante,
Dava sombra o dia inteiro
Contra o sól extenuante;

Os cabritos bodejantes
Que a tarde eu ia prender,
Sempre alegres, saltitantes;
(como eu gostava de os ver!)

Os borreguinhos de neve,
Nos dias de frio inverno,
Abalando a cauda leve,
Sugando o leite materno;

As vacas, tristes, mugindo,
De seus filhos separadas
Constantemente carpindo
De saudades torturadas;

Tudo, tudo na lembrança
Eu trago sempre gravado:
Os tempos meus de criança,
As cousas do meu passado.

Aqui está, mana Judite,
Velha irmã do coração,
Meu testemunho, acredite
De sincera adoração.

20 de novembro de 1941

Homenagem ao meu querido bisavô!!!!

Epifânio da Fonseca Dória(1884-1976)

Muito mais que um grande acadêmico e estudioso, Epifânio Dória foi um grande exemplo de ser humano, um homem simples e tranqüilo, que deixou tantas marcas nos corações dos que com ele conviveram, quanto na história da cultura de Sergipe.
Auto-didata, Epifânio concluiu apenas o antigo Ensino Primário, hoje Ensino Fundamental. Através de sua perseverança e sede pelo conhecimento, ele realizou pesquisas fundamentais à História do Estado e do Nordeste, tendo deixado, em sua obra, preciosas referências históricas, literárias, folclóricas e geográficas.
O seu trabalho honesto e dedicado deixou marcas profundas e muito positivas nas instituições públicas do Estado, como o Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, a Biblioteca Pública do Estado, a Secretaria de Justiça e Negócios Interiores(no governo de Eronides de Carvalho), bem como a Secretaria da Fazenda e Obras Públicas.

Sua sede pelo conhecimento admira a todos, familiares ou não! Mas realmente, de todos os anos que convivi com mãinha(Iracema, filha de Epifânio), ouvindo tantas histórias, lendo cartas e artigos e arrumando os tantos papéis por ele deixados, o que mais marcou foi a sua humildade e o seu respeito e amor pelo ser humano, que foram muito além dos livros e escritos, e chegaram até mim em forma de luz e muita paz. Que essa paz e esse exemplo possam ir muito além, a todos que deles necessitem! Por tudo que ele fez por Sergipe, pela família e sobretudo por mãinha, a minha eterna gratidão!!

Aproveito para agradecer ao jornalista e historiador Luiz Antônio Barreto pela matéria publicada no site da infonet!

Visitem http://www.infonet.com.br/luisantoniobarreto/ler.asp?id=27099&titulo=Luis_Antonio_Barreto e confiram!!

Mar de Aracaju

Essas fotos são de meu primo(praticamente irmão;) Eurico Menezes Freire! São imagens que expressam muito bem o mar de Aracaju...Marronzinho na beira-mar e azulado lá dentro... sempre com plataformas no fundo! Um mar que lava a alma, purifica o espírito e nos enche de paz!

Ponte ZÉ PEIXE (ou Construtor João Alves)

Em agosto de 2005, escrevi sobre a Ilha de Santa Luzia! Me senti na obrigação de falar sobre a nova e belíssima ponte que une Aracaju à Ilha! Espero que essa ligação realmente traga bons frutos, principalmente para os nativos da Atalaia Nova!

Mapa Temático de Sergipe

"O sergipano, um ser híbrido, é o sertanejo do mar, escreveu um poeta. Do mar ele aprendeu as lições de bravura e de liberdade, do sertão, as de honradez e de firmeza. "(Mário Cabral)

Mapa Temático de Aracaju

Minha terra é Sergipe!!!

Meu papagaio das asas douradas

quem tem namorada brinca

Meu papagaio....

quem não tem brinca sem nada

Meu papagaio...!!!!!

Meu papagaio não tem asas não tem bico

Em outras terras eu não fico

Meu Papagaio

Minha terra é SERGIPE!!